22 outubro 2006

Produtos e embalagens

Não entendo de marketing, mas como consumidor, entendo de produtos e respectivas embalagens - fato.

Como consumidor, não me deixo influenciar pela propaganda. Quero saber é se devo comprar o produto ou não. Se o vendedor for ruim, mas o produto bom, compro assim mesmo.
Se o produto for ruim, não existe "bom" vendedor que me convença a comprá-lo.

Um vendedor ruim - no meu caso - é aquele que não sabe dar as informações adicionais que quero saber a respeito do produto. Um vendedor bom ao contrário, é aquele que sabe dar as informações adicionais. Um vendedor excelente, é aquele que além de dar as informações adicionais que preciso saber, ainda "capta" a minha necessidade e me dá uma informação importante que eu não perguntei - ou seja, supera minha expectativa.

Um bom produto, além de atender às minhas expectativas, ainda precisa vir numa boa embalagem. A embalagem é importante, pois demonstra a preocupação do vendedor com a proteção do seu produto. Uma boa embalagem diz, antes de tudo, que o vendedor acredita no seu produto. Além disso, uma boa embalagem ainda confere estética - melhorando a percepção instintiva ao produto. Como qualquer outro animal, também sou movido por instintos, dentre os quais o ímpeto.

Por isso, não considero nem um pouco errado pagar os custos de uma boa embalagem. Se ela custar mais caro que o produto, nenhum problema. A embalagem é parte do produto.

No mercado temos:

Bons produtos bem embalados - são os que procuro;
Bons produtos mal embalados - só compro se não encontrar o que procuro ou precisar muito;
Maus produtos bem embalados - raramente me enganam - se os compro, percebo no dia seguinte e devolvo;
Maus produtos mal embalados - sem comentários.

Eu ainda não havia visto um programa eleitoral completo, apenas um flash aqui e outro acolá.
Ontem vi os dois programas quase completos - os únicos momentos em que eu mudava de canal eram quando Lula aparecia (algo que vai além da rejeição).

A propaganda de Lula era mais moderna, mais rica, mais estética, os apresentadores eram muito expressivos - creio ser mérito de Duda Mendonça; se não fosse propaganda de um produto tão ruim e a presença do próprio produto, eu a assistira completa com prazer.

A propaganda de Alckmin remetia a algo antigo, pobre, confuso. O apresentador-denunciante era inexpressivo. Infelizmente pois, o produto Alckmin era muito melhor, muito mais moderno e coerente. Poucos enxergaram isso.

Conclusão:

Alckmin era um bom produto mal embalado.
Lula era um mau produto bem embalado.

Seguindo o meu critério, o candidato ideal seria Alckmin com a embalagem de Lula. Como esse não existiu - e precisei escolher um - ficquei com Alckmin.

Lula e sua propaganda não me enganaram, mas enganaram muita gente.

Não julgo escolhas de marketeiros - mesmo porque resultado de propaganda não é algo mensurável - mas acho que precisam aplicar um benchmarking (processo de aprendizado com outros).

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Deus te ouça e que os brasileiros mantenham neste dia o costume de deixar tudo para a última hora.
Maria Ligia Colleti

3:30 AM  

Postar um comentário

<< Home